Mas o pior da notícia é apresentar falsos fatos que poderiam reduzir os acidentes de trânsito nesta terra brasilis. O primeiro ponto errôneo é a famigerada "Lei Seca". Incrível como insistem em dizer que o maior triunfo da lei é não tolerar absolutamente nada de álcool no sangue de motoristas, quando o que reduziu de fato o número de acidentes foi a fiscalização maciça. E não são somente motoristas embriagados que causam acidentes graves, existe um sem número de sóbrios fazendo barbaridades por aí. A fiscalização tem que ser forte para tudo, não apenas para bebidas alcoólicas. Chega de fiscalização apenas eletrônica para quem anda acima da velocidade estipulada, avança sinal vermelho ou fura rodízio em São Paulo, capital.
Depois vem o tal do air bag frontal obrigatório. É ridículo apregoar segurança depois que o veículo já se acidentou, sem contar que o problema mesmo são os impactos laterais. A área de deformação lateral dos veículos é praticamente inexistente, aliado ao problema do cérebro ser muito intolerante a desacelerações bruscas no sentido lateral. Desacelerações frontais são muito melhor absorvidadas sem danos por aquele órgão. Além disso, melhor que preservar a vida em acidentes é criar formas de minimizar a possibilidade de um acidente ocorrer. Isso é feito com melhor formação de motoristas, por exemplo, exigindo investimento muito pequeno de todos, menor até do que o custo de um air bag frontal para automóveis.
Ainda defendo que o que precisa mudar mesmo é a mentalidade do brasileiro. São poucos os que dirigem pensando na coletividade e de forma defensiva, antevendo o que vai acontecer mais à frente. Regras simples de boa conduta ao volante melhorariam sobremaneira a vida de todos. Exemplo? Simplesmente dar passagem quando alguém precisa mudar de faixa em vias com trânsito pesado. Isso evita que a pessoa seja obrigada a literalmente forçar passagem ou então se arriscar e entrar num "buraco" mínimo que se forma em meio à multidão de veículos. Como benefício adicional, o ato de dirigir torna-se muito menos estressante e mais prazeroso.
Só que triste é saber que, se depender do que presenciei no sábado último, mudança de postura ao volante é uma verdadeira utopia aqui no Brasil...